Os pais realmente desejam o melhor para seus filhos. É que nem sempre seus desejos coincidem.
A escolha profissional pode ser determinada por inúmeros fatores, dentre eles está o desejo dos pais.
Quando se é bebê, os pais decidem tudo pelos filhos, o nome, as roupas, a alimentação. Na transição para a adolescência, é bonito ver os filhos tomarem atitudes independentes e romperem esse cordão umbilical, mas isso muitas vezes assusta e incomoda aqueles pais que desejam manter controle sobre a vida dos filhos. E em uma tentativa de verdadeira ajuda, plantam sementes dos seus anseios, nesse terreno de dúvidas.
Os filhos muitas vezes não demostram, mas valorizam bastante a opinião dos pais e sentem-se chateados quando percebem que sua escolha não está de acordo com as expectativas deles. Muitas vezes os pais acham que os filhos não prestam atenção ao que dizem ou ao seus desejos, mas ao contrário, eles estão bastante atentos aos sinais que os pais dão de rejeição ou aceitação, pois estão interessados em corresponder às expectativas dos mesmos.
Pode parecer que não, mas gera-se um alto nível de ansiedade nos filhos quando ao fazer sua escolha profissional, eles percebem que os pais não a aprovam. Eles temem deixar de ser gostados, apoiados e aceitos. Alguns filhos também não conseguem discriminar o que é desejo seu e o que é desejo dos pais. Alguns acham que se escolhem uma coisa que é do gosto dos pais é porque foram influenciados e passam a rejeitar sua próprias escolhas. Outros resolvem fazer qualquer coisa, menos o que os pais gostariam. Alguns, pelo contrário, ficam chateados por gostarem de algo diferente dos pais. Há ainda aqueles que ficam tentados a seguir carreira que os pais lhe propõem, atrás de promessas de que serão ajudados a enfrentar o mercado de trabalho.
Os pais querem proteger os filhos de futuras frustrações e dificuldades. Mas isso é amadurecer.
O que de melhor podem fazer os pais? Neutralidade!
Conversar e esclarecer, de forma neutra, a respeito das profissões, suas vantagens e desvantagens.
Chegou a vez deles decidirem, pois é eles que irão exercer a profissão.
Pâmela Bauermann
Psicóloga e Orientadora Profissional
#orientacaoprofissional